O Brasil não quer "se meter na discussão'' sobre a paz na Oriente Médio, mas sim foi convidado pelos países envolvidos na polêmica, que notaram "a boa relação que o Brasil mantém com todos os países e com todas as facções políticas'' da região, afirmou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa de rádio "Café com o Presidente''.
Na última semana, Lula esteve em Israel, territórios palestinos ocupados e Jordânia, na primeira visita de um líder brasileiro a esses locais. A viagem ocorreu após as visitas após os presidentes Shimon Peres, de Israel, Mahmoud Abbas, da Autoridade Nacional Palestina (ANP), e do Rei Abdullah 2.º, da Jordânia, terem vindo ao Brasil. Lula defendeu o diálogo com todas as partes envolvidas, incluindo grupos extremistas.
"Nós precisamos conversar com iranianos, com sírios, com Israel, com palestinos, com o Hamas, com o Hezbolah'', afirmou. Lula criticou a postura da ONU ao não fazer cumprir o acordo firmado em 1948 para criação do Estado de Israel.
"Aqui nós temos uma colônia de 10 milhões de árabes e descendentes, e 200 mil judeus que vivem em harmonia. E esse exemplo é o que a gente pode levar para a paz do Oriente Médio'', exemplificou.
Secretário da ONU
O presidente Lula estaria considerando a possibilidade de suceder Ban Ki-moon no cargo de secretário-geral da ONU, segundo uma reportagem publicada pelo diário britânico The Times no último sábado. Na última quarta-feira, durante a visita do presidente a Ramallah, na Cisjordânia, o porta-voz da Presidência palestina, Mohamed Edwan, reiterou essa ideia. "Achamos que ele poderia ser um ótimo secretário-geral da ONU, pois é um homem de paz e de diálogo e sabe negociar de maneira inteligente e admirável'', disse Edwan.