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América do Sul

Brasil forçou entrada da Venezuela no Mercosul, diz ministro uruguaio

Simpatizantes de Chávez exibem cartaz com foto do presidente venezuelano, que busca a reeleição, durante comício em Caracas | Juan Barreto/AFP
Simpatizantes de Chávez exibem cartaz com foto do presidente venezuelano, que busca a reeleição, durante comício em Caracas (Foto: Juan Barreto/AFP)

O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, afirmou que seu país era contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul e que ele só foi aprovado pela intervenção da presidente brasileira, Dilma Rousseff.

Segundo a imprensa uruguaia, não só Almagro, como o chanceler brasileiro,­­ Antonio Patriota, eram contra, na reunião da semana­­ passada em Mendoza (Ar­­gen­­tina), à entrada da Vene­­zuela. O argentino Héctor Timerman teria defendido a proposta.

"Isso foi resolvido em uma reunião fechada dos presidentes [Dilma, Cristina Kirchner e José Mujica]. Dil­­ma disse que precisava falar politicamente com os outros dois, e os chanceleres saíram da sala. Dessa reunião, saiu a decisão", disse o ministro.

"A iniciativa foi mais brasileira, a posição do Brasil foi decisiva nessa história", afirmou Almagro, que disse não saber o que foi negociado.

Patriota disse, via assessoria, que o governo brasileiro foi favorável à entrada da Venezuela durante todo o debate em Mendoza.

Ele ressaltou que o Brasil apenas acatou uma ponderação do Uruguai, expressa na reunião de chanceleres: a de que a decisão do ingresso precisava de um respaldo jurídico sólido, como forma de evitar questionamentos futuros.

Por isso, a decisão de Dil­­ma de convocar o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, para a cúpula.

Segundo Patriota, as posições defendidas por chanceleres, na véspera da cúpula, e pelos presidentes, na última sexta, foram consensuais – sem votação. De acordo com ele, nenhum dos países, nem o Uruguai, apresentou questionamentos à entrada do novo sócio permanente.

O assessor especial da Pre­­sidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que não houve pressão do governo. "Isso não corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da presidente Dilma."

O Planalto avaliza a versão de Patriota e diz que as declarações do chanceler uru­­guaio miravam o "públi­­co interno" – ou seja, para o Congresso e para setores empresariais do país que não veem a Venezuela de Chávez com bons olhos.

Os partidos uruguaios Nacional, Colorado e Inde­­pendiente, de oposição, de­­­­cidiram ontem convocar­­ Al­­magro para dar explicações no Senado so­­bre­­ a transformação da Ve­­ne­­zue­­la em membro pleno do Mercosul.

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