O governo brasileiro formalizou sua saída da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) nesta segunda-feira (15). A decisão, segundo o Itamaraty, foi comunicada ao governo do Equador, país depositário do acordo, e terá efeito em seis meses.
O Brasil – assim como Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru – havia suspendido sua participação no bloco em abril de 2018. O Equador também se retirou e pediu a devolução do prédio cedido para a instalação da sede da Unasul, em Quito.
A Unasul foi criada em 2008 pelos presidentes que então eram os maiores expoentes da esquerda na América do Sul: Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela). Conflitos internos, porém, praticamente paralisaram as atividades do bloco desde 2016. A crise de direitos na Venezuela era um dos pontos centrais do desentendimento entre os líderes.
Hoje a Unasul conta com a participação de cinco países: Venezuela, Bolívia, Suriname, Uruguai e Guiana.
Uma alternativa à Unasul nasceu em março deste ano. Pela iniciativa dos presidentes da Colômbia, Ivan Duque, e do Chile, Sebastian Piñera, foi criado o Foro para o Progresso e Desenvolvimento do Sul (Prosul).
O presidente Jair Bolsonaro, quando esteve no Chile, assinou a certidão de nascimento da organização sul-americana junto com os presidentes Maurício Macri (Argentina), Lenín Moreno (Equador), Mario Abdo (Paraguai), Peru (Martín Vizcarra), além de Duque, Piñera e o embaixador da Guiana, George Talbot.
Bolívia, Uruguai e Suriname optaram por não participar do Prosul neste momento. A Venezuela sequer foi convidada, devido aos requisitos essenciais do órgão de plena vigência da democracia e respeito aos direitos humanos.
De acordo com o Itamaraty, o novo foro "terá estrutura leve e flexível, com regras de funcionamento claras e mecanismo ágil de tomada de decisões".
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