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América do sul

Brasil inicia operação de ajuda humanitária à Venezuela neste sábado

Pessoas fazem fila para comprar comida na Venezuela | MATIAS DELACROIX/AFP
Pessoas fazem fila para comprar comida na Venezuela (Foto: MATIAS DELACROIX/AFP)

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, confirmou nesta sexta-feira que o Brasil irá iniciar o processo de entrega de alimentos e medicamentos para a Venezuela neste sábado. A operação de ajuda humanitária deverá durar por mais alguns dias, mas ainda não há previsão de término da ação.

Segundo o porta-voz, o governo brasileiro tentará entregar 200 toneladas de alimentos básicos, como arroz, feijão, café, leite em pó, açúcar, sal e kits de primeiros socorros. 

As doações serão transferidas por caminhões venezuelanos com motoristas também venezuelanos de Boa Vista, capital de Roraima, até Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. O deslocamento será de 180 km e a estimativa da viagem é de 4 horas. A segurança do transporte será feito pela Polícia Rodoviária Federal. "Há hoje um caminhão em território brasileiro estacionado em Boa Vista", afirmou Barros. 

A operação é gerenciada por uma junta ministerial e pela Presidência da República. "A operação tem caráter exclusivamente de ajuda humanitária, não tendo interesse do país no emprego de quaisquer outras frentes neste momento", completou. 

De acordo com o porta-voz, o governo brasileiro confirmou a informação de 12 pessoas feridas, sendo que algumas delas foram atendidas em Boa Vista. 

Mais cedo, foi realizada uma reunião do gabinete de crise do governo para tratar da situação no país vizinho. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), participou do encontro por vídeo conferência. No Palácio do Planalto, estiveram reunidos o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além de representantes dos ministérios da Defesa, Relações Exteriores, Infraestrutura, Minas e Energia.

A hostilidade do governo venezuelano tem dado o tom dos últimos movimentos que envolvem o envio de ajuda humanitária advinda dos Estados Unidos para o país latino. O presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, confirmou hoje, em sua conta no Twitter, que uma mulher foi morta e outras 12 pessoas ficaram feridas na fronteira da Venezuela com o Brasil depois que soldados venezuelanos abriram fogo contra um grupo de civis que tentava impedir a passagem dos militares. 

Os soldados, por sua vez, foram enviados pelo governo para evitar que a ajuda humanitária adentrasse o país. Um avião da Força Aérea Brasileira chegou hoje pela manhã em Boa Vista, capital de Roraima, com ajuda humanitária para ser entregue na fronteira da Venezuela, fechada pelo governo do presidente Nicolás Maduro. 

Boa Vista pede ajuda 

Em meio ao confronto na fronteira da Venezuela com o Brasil, a prefeita de Boa Vista, capital de Roraima, Teresa Surita (MDB), diz que precisa de “ajuda e de um posicionamento do governo federal”. 

“Há muito tempo estamos no limite e tudo indica que o número de pessoas que entram no país vai aumentar. Precisamos de apoio para que Boa Vista não perca sua condição de cidade como já aconteceu no passado”, afirmou à reportagem. 

Surita diz que sua principal preocupação é relação ao atendimento de possíveis feridos. “De uma semana para outra, a coisa explode. É imprevisível.”. Ela diz temer, por exemplo, a falta de leitos em hospitais da capital do estado para atender eventuais novas vítimas dos confrontos. 

Hoje, de acordo com ela, já não é possível mais ter controle da entrada de venezuelanos no Brasil. Com a decisão do ditador Nicolás Maduro de bloquear a fronteira entre os dois países na noite de quinta (21), para impedir a entrada de ajuda humanitária no país, os imigrantes têm usado rotas alternativas. 

Segundo ela, os venezuelanos não estão conseguindo entrar no país pelos pontos oficiais, onde são cadastrados e recebem as primeiras orientações.

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