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O novo presidente de Honduras, Porfirio Lobo: iniciativa para conquistar reconhecimento internacional | Johan Ordonez/AFP
O novo presidente de Honduras, Porfirio Lobo: iniciativa para conquistar reconhecimento internacional| Foto: Johan Ordonez/AFP

Aceno a Brasília

Lobo manda retirar ação internacional

Agência Estado

O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, instruiu sua chancelaria para que suspenda uma ação contra o governo do Brasil na Corte Internacional de Justiça.

A denúncia contra o Brasil havia sido feita durante o governo do presidente interino Roberto Micheletti.

Segundo Lobo, o país não deve seguir amarrado a questões como essa, no momento em que busca o reconhecimento da comunidade internacional.

Honduras passou por um golpe em 28 de junho passado, quando foi derrubado o presidente Manuel Zelaya. O golpe foi condenado internacionalmente, levando o país a ser suspenso de vários órgãos, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). Lobo disse, na quinta-feira, que não participará de uma reunião do Grupo do Rio, marcada para este fim de semana no México, porque não foi convidado.

O governo brasileiro mudou de postura e passou a acenar pela reaproximação com Honduras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera que é importante retomar o diálogo com o go­­verno hondurenho e que aquele país volte a integrar a Organi­­zação dos Estados Americanos (OEA).

"O presidente acha que é, sim, importante que Honduras volte à OEA e que é importante que qualquer solução que seja dada para essa crise não crie um precedente de apoio a movimentos golpistas na América Latina’’, disse ontem o porta-voz da Pre­­sidência, Marcelo Baumbach.

Lula não levará nenhuma proposta concreta à reunião da Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe (Calc), que ocorrerá segunda e terça-feira em Cancun, México, mas acha que o encontro é uma boa oportunidade para se discutir o as­­sunto.

"O Brasil foi lançado, um pouco a contragosto, no cerne dessa questão, pela decisão do presidente (Manuel) Zelaya de pedir abrigo na Embaixada Brasileira. Mas o presidente Lula não quer que perdure uma situação de ruptura do diálogo com o governo hondurenho e vai à reunião da cúpula acreditando que é uma oportunidade privilegiada para discutir o tema com os países da região e, a partir daí tentar uma retomada desse diálogo com o governo de Honduras’’, afirmou Baumbach.

O Brasil ainda não reconheceu Porfírio Lobo, eleito em janeiro, como presidente, pois considera que sua vitória surgiu de um processo eleitoral "ilegítimo".

Segundo o porta-voz, para que haja o retorno de Honduras à OEA e o reconhecimento do novo governo, algumas medidas internas devem ser tomadas. Citou como necessárias a criação de uma comissão da verdade e o retorno de Zelaya ao país para que haja um verdadeiro processo de reconciliação nacional.

Mas Baumbach deixou claro que essas questões não são condicionantes para fazer o Brasil se reaproximar de Honduras. Em visita a El Salvador, quinta e sexta-feira, Lula também conversará sobre essa questão com o presidente Mauricio Funes.

A reportagem apurou que o Brasil não quer levar uma proposta concreta de reconhecimento do governo Lobo e de retorno de Honduras à OEA porque se envolveu de­­mais na crise que causou a deposição de Ze­­laya. Espera, portanto, que al­­gum país que integra a Calc tome a iniciativa.

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