O Brasil encabeça o ranking de combate mudança climática publicado nesta segunda-feira(14) pela ONG Germanwatch e a rede Climate Action Network (CAN), organizações não-governamental europeias. Pela primeira vez desde que o indicador começou a ser medido, um país emergente ocupa a liderança da lista, superando países desenvolvidos economicamente como a Suécia, a Alemanha e a Noruega. As informações são da BBC Brasil.
O Brasil obteve nota 68, o que o coloca no grupo dos países cujo desempenho no combate mudança climática é considerado bom. No mesmo grupo ficaram a Suécia (67.4), Grã-Bretanha e Alemanha (65 3), França (63.5), Índia (63.1), Noruega (61.8) e México (61.2).
É muito bom que países emergentes estejam ganhando posições neste ranking. Estão mandando um sinal claro, durante as negociações de Copenhague, de que estão comprometidos em combater a mudança climática. Gostaria apenas que outros países europeus estivessem demonstrando o mesmo compromisso para com as mudanças positivas, avaliou o diretor europeu da rede CAN, Matthias Duwe.
Esta foi a quinta edição do índice de desempenho da mudança climática (CCPI, na sigla em inglês) que avaliou as medidas que estão sendo tomadas em 57 países e as comparou com o que está sendo feito em outros países e o que a organização considera necessário ser feito para evitar um aumento de 2º C na temperatura do planeta.
Como a ONG considera que nenhum país está se esforçando o suficiente para prevenir uma perigosa mudança climática, nenhum desempenho foi considerado muito bom, o que deixou vazias as três primeiras posições do ranking.
As duas ONG elogiaram a melhora do marco legal de proteção ao clima no Brasil. Mas adotaram uma postura cautelosa em relação desaceleração do ritmo de desmatamento que reduziu as emissões de carbono do país.
Ainda não está claro se isto é resultado de uma menor demanda por óleo de palma e soja na atual crise econômica.
O indicador foi divulgado no mesmo dia em que as negociações sobre o clima na capital dinamarquesa esbarram em um impasse, com os países emergentes acusando os desenvolvidos de promover um acordo sem força para reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa e o aquecimento global. No rascunho de acordo apresentado na sexta-feira (11), as metas de cortes na emissão de carbono variam de 25% a 45% até 2020.
Para os divulgadores do CCPI, as metas apresentadas pelos países ricos são insuficientes. No fim da lista, entre os países com desempenho muito ruim, figuram o Canadá (40.7) e a Arábia Saudita (28.7).
A ONG ressaltou que, apesar de estar entre os dez maiores emissores mundiais de CO2, até agora o Canadá não anunciou nenhuma política significativa em relação ao tema. Já a Arábia Saudita, o maior produtor mundial de petróleo, é considerada uma espécie de inimiga dos ambientalistas por questionar a origem e a importância do fenômeno de aquecimento global. Na mesma categoria, e a apenas oito do fim do ranking, ficaram os Estados Unidos (46.3).
Há uma série de propostas de políticas climáticas tramitando no Congresso americano no momento, mas nenhuma ainda aprovada, disse o diretor de políticas da Germanwatch, Christoph Bals. Uma lei que realmente reduza as emissões, assim como uma posição forte em Copenhague, melhoraria sua posição no ranking, acrescentou.