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Cone Sul

Brasil não quer interferir na guerra das papeleiras

Buenos Aires – O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o "bom diálogo" que Buenos Aires e Montevidéu têm faz com que não seja necessária a intervenção do Brasil no conflito que Argentina e Uruguai mantêm em relação à instalação de duas fábricas de celulose.

Em entrevista ao jornal argentino Clarín, o chanceler, afirmou que, "se algum dia for necessário", o Brasil "talvez" possa intervir na controvérsia. Ainda assim, destacou, é preciso "ter muito cuidado" na maneira de atuar. Por ora, prosseguiu, "a única coisa que podemos fazer é pedir para que tentem encontrar soluções pelo diálogo".

Argentina e Uruguai mantêm há anos um conflito envolvendo a instalação de fábricas de celulose de capital europeu na cidade uruguaia de Fray Bentos e em frente à margem argentina do Rio Uruguai. Com bloqueios na ponte que a conecta com Fray Bentos, a cidade argentina de Gualeguaychú se pôs à frente da luta contra a instalação das fábricas da espanhola Ence e da finlandesa Botnia, por considerá-las poluentes.

A Ence anunciou que transferirá sua fábrica a outra área do território uruguaio, ainda não definida. A decisão foi tomada depois que o conflito chegou à Corte Internacional de Justiça de Haia e ao Tribunal Arbitral do Mercosul (bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela).

O tribunal de Haia rejeitou um pedido da Argentina para que se as obras fossem suspensas, enquanto a corte do Mercosul sustentou que o governo argentino não tomou as medidas necessárias para impedir os bloqueios de passagens fronteiriças, com o que descumpriu o compromisso de garantir o livre trânsito de mercadorias e pessoas dentro do bloco sul-americano.

Os moradores de Gualeguaychú anunciaram que voltarão a bloquear a ponte que liga sua cidade à uruguaia Fray Bentos entre amanhã e domingo. Nesse período será realizada, em Montevidéu, a 16.ª Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de Governo.

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