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Brasília – O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, indicou que o país está disposto a intermediar o diálogo entre o governo de Evo Morales e os setores da oposição boliviana, desde que seja chamado a essa tarefa. Depois de ter recebido o chanceler boliviano, David Choquehuanca, Amorim disse que espera ver o conflito político da Bolívia ser resolvido por meio do diálogo – uma indicação de que o governo brasileiro não pretende assistir a novos impulsos autoritários no país vizinho.

"Temos mantido uma boa relação com o governo boliviano e não queremos interferir em questões internas da Bolívia. Mas sempre estamos abertos ao diálogo. Sempre que pudermos ajudar em algo, ajudaremos, dependendo de haver uma manifestação de desejo nesse sentido", afirmou.

O Itamaraty observa com preocupação o aumento da tensão entre os setores opositores e o governo de Evo, que se mostra também pressionado a cumprir promessas eleitorais feitas aos movimentos populares. O conflito aprofundou-se desde que o governo passou a interferir nos processos de decisão da Assembléia Constituinte, convocada pelo próprio Evo. Além disso, quatro departamentos (Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando) exigem autonomia política em relação ao governo central.

Os governadores desses quatro departamentos redigiram ontem um projeto autonomista que será submetido a referendo caso a Assembléia Constituinte, instalada em Sucre, não inclua na nova Carta um sistema de autonomia que considerem adequado.

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