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O governo brasileiro pediu nesta segunda-feira (30) às autoridades do México que sejam feitos exames de DNA para identificar as vítimas da chacina que deixou 72 mortos na última terça-feira (25), no estado de Tamaulipas, Nordeste do país. O objetivo é acelerar a identificação do corpo de Hermínio Cardoso do Santos, de 24 anos, supostamente morto na chacina.

O passaporte e o documento de alistamento militar de Santos foram encontrados no local do crime, mas o corpo não foi identificado. O atestado de óbito de Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, outra vítima brasileira, já está na embaixada brasileira na Cidade de México.

Por telefone, o embaixador do Brasil no país, Sérgio Florença, disse ao G1 que o Itamaraty deve coletar nos próximos dias amostras de material genético dos familiares de Santos, em Sardoá (MG). O material será encaminhado ao México para exames.

O Itamaraty também solicitou aos familiares do jovem informações como peso, marcas na pele – tatuagens e cicatrizes – além de informações odontológicas. Apesar de a coleta de parte dos materiais genéticos já ter sido iniciada no México, não há previsão para que a identificação aconteça, segundo o embaixador. Segundo o embaixador, as autoridades mexicanas recolheram impressões digitais de algumas das vítimas da chacina.

"O que nós pedimos e ele [governo do México] disse que vai fazer são os exames de DNA. Eu tenho pedido para o governo do México uma resposta, mas até agora não há uma previsão de quanto tempo vai demorar a identificação", disse o embaixador brasileiro.

De acordo com Florença, as amostras genéticas já coletadas das vítimas deviam chegar ainda na noite desta segunda na Cidade do México, onde há laboratórios que farão os exames. Nesta noite, o embaixador espera receber também os documentos de Juliard e Hermínio.

O atestado de óbito de Juliard Fernandes está com o embaixador desde sábado (28). No atestado consta que a causa da morte é "desconhecida". O tipo de morte relatado é "violenta/homicídio". A identificação do brasileiro foi possível porque o passaporte foi encontrado junto ao corpo de Fernandes.

"Eles foram metralhados, então a causa da morte é homicídio violento. Eu pedi o atestado de óbito no sábado. Eu precisava de algum documento que confirmasse que o corpo do Juliard foi identificado. Essa é a confirmação", afirmou o embaixador.

Segundo Florença, no caso de Hermínio Cardoso do Santos, a identificação por meio da foto do passaporte não foi possível devido ao estado acelerado de decomposição dos corpos.

"Eu vi as fotos. Tem tiros por todas as partes do corpo. É muito difícil reconhecer pelas fotos porque os corpos ficaram muito tempo ao relento", disse o embaixador.

Translado

Apesar de já ter sido identificado, ainda não há previsão para a chegada do corpo de Juliard Aires Fernandes ao Brasil. Segundo o embaixador Sérgio Florença, também não há previsão de os corpos deixarem a cidade de Reynosa, onde estão armazenados. A única confirmação dada até o momento é de que os custos com o translado serão pagos pelo governo mexicano.

Fernando e Santos eram amigos e moravam na cidade de Sardoá (MG). Eles viajaram juntos para o México e tentavam chegar de forma ilegal nos Estados Unidos. "O governo do México e que fará o translado dos corpos e arcará com os custos. Mas também ainda não sabemos quando isso vai acontecer", disse o embaixador.

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