“Banco do Sul deve caminhar mais rápido”, diz Marco Aurélio Garcia| Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Justiça

Mercosul vai investigar Plano Condor

EFE

O Mercosul decidiu criar um grupo que vai reunir informações sobre o Plano Condor, projeto de coordenação repressiva das ditaduras da América do Sul nos anos 1970, realizado entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru.

Uma nota da Secretaria de Direitos Humanos da Argentina, país que no próximo dia 20 assumirá a Presidência semestral do bloco, indica que um grupo técnico será responsável pela "obtenção de dados, informações e relevância de arquivos das coordenações repressivas do Cone Sul".

A criação desse grupo foi proposta pela Argentina e aprovada no dia 1º, durante a 20ª Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul, realizada em Montevidéu.

"É a primeira vez que se cria a cooperação no Mercosul para realizar um trabalho conjunto de investigação sobre a atividade repressiva coordenada entre as ditaduras", ressaltaram as autoridades argentinas.

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O governo brasileiro quer acelerar a criação do Banco do Sul, uma instituição para apoiar as nações sul-americanas, em meio à atual crise internacional. A declaração foi feita ontem pelo principal assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "Acreditamos que o Banco do Sul deveria caminhar um pouco mais rápido e, por isso, a presidente (Dilma Rous­­seff) pediu para acelerar o envio do projeto ao Congresso", disse Garcia em reunião com correspondentes estrangeiros.

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O Banco do Sul é uma iniciativa da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para fo­­mentar o desenvolvimento, as economias e as obras de infraestrutura na América do Sul, e contará com um capital global de US$ 20 bilhões. A nova instituição deve ajudar a região a se proteger em um momento em que o mundo enfrenta "uma crise de crédito", explicou assessor da Presidência. O Congresso da Argentina converteu em lei, em setembro, o projeto que ratifica o convênio constituído do Ban­­co do Sul, que também foi aprovado por Venezuela, Equador e Bolívia.

Argentina, Venezuela e Brasil deverão desembolsar cada um um capital inicial de US$ 2 bilhões em cinco anos. Equador e Uruguai devem contribuir com US$ 400 milhões de dólares. Do Paraguai e da Bolí­­via, espera-se US$ 100 milhões de dólares em dez anos, de cada um.

A Unasul é formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suri­­name, Uru­­guai e Venezuela. O Uruguai será anfitrião, no próximo dia 20, da cúpula de chefes de Estado do Mercosul.