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O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, após encontro com o general americano James Jones | José Cruz/ABr
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, após encontro com o general americano James Jones| Foto: José Cruz/ABr

O governo brasileiro cobrou nesta terça-feira (4) uma maior firmeza dos Estados Unidos nos esforços pela restituição do poder ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou o assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Garcia disse a jornalistas que o assunto fez parte da conversa que teve com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, general James Jones. Zelaya já está há mais de um mês fora do cargo.

"Nós esperamos uma atitude mais firme da comunidade internacional, inclusive do governo dos Estados Unidos", afirmou o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois da reunião.

"Esperamos sinais mais claros de todos os países para que não fique nenhuma dúvida sobre a posição adotada em relação ao golpe de Estado que foi dado lá", acrescentou.

Convidado pelo governo brasileiro para visitar o país, Zelaya deve desembarcar em Brasília nos próximos dias.

Ele foi retirado do poder por militares no dia 28 de junho e expulso do país, quando pretendia realizar uma consulta popular que poderia abrir caminho para sua reeleição. Seus opositores consideraram a iniciativa uma tentativa do então presidente de se perpetuar no poder e desrespeitar a Constituição do país.

O presidente deposto passou mais de uma semana na fronteira entre Honduras e Nicarágua, ameaçando retornar ao seu país, mas não levou a ideia adiante. O governo interino de Honduras é presidido por Roberto Micheletti.

"Nós não queremos sequer imaginar a possibilidade de que o governo Micheletti pudesse organizar eleições", destacou Garcia.

"Portanto, o restabelecimento do presidente Zelaya... deveria ser uma questão que interessasse a todos os países da região, incluindo os EUA."

Com a visita de Zelaya, o Brasil tenta evitar que a pressão contra o golpe de Estado realizado em Honduras perca espaço na agenda da região. Até agora, no entanto, o próprio governo brasileiro vinha tendo uma atuação discreta.

O presidente deposto esteve nesta terça-feira no México e recebeu apoio do país que prometeu desempenhar um papel maior na mediação conduzida pela Costa Rica para solucionar a crise em Honduras. Zelaya foi recebido com honras por seu homólogo Felipe Calderón.

O presidente da Costa Rica, Oscar Árias, tem feito a mediação entre Zelaya e Micheletti, conversas que, por enquanto, não renderam resultados positivos.

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