Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reagiu ontem à inflexibilidade do governo de Evo Morales que manteve a data do dia 28 de outubro, véspera do segundo turno das eleições, como o prazo final para a definição dos termos do acordo para que a Petrobrás continue operando na Bolívia apenas como mera prestadora de serviço.

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Amorim disse que os dois países não podem se tornar "escravos" nem "vítimas" do prazo estabelecido no decreto que nacionalizou o setor de gás e de petróleo do país. Igualmente reiterou que o governo não assistirá passivamente a uma possível decisão unilateral de La Paz.

A decisão unilateral, no caso, será a aplicação dos termos do decreto ao pé da letra. Até o próximo sábado, se não houver um acordo fechado sobre as regras para a atuação da Petrobrás na Bolívia na condição de prestadora de serviços nas áreas de produção de gás e refino de petróleo, o governo Evo Morales poderá expulsar a companhia brasileira do país. Essa decisão, se confirmada, tenderia a se converter em pólvora para a oposição justamente no dia da votação no Brasil, como reconhece o próprio Amorim.

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O novo contrato que o governo boliviano negocia com as empresas petrolíferas prevê que, em caso de disputa jurídica, a desavença seja decidida em um tribunal de La Paz, segundo cópia do documento obtida pelo jornal El Deber. O contrato atual determina que as disputas sejam discutidas em uma corte internacional. O documento diz que as companhias não terão direito ao gás e ao petróleo, que serão de propriedade da Bolívia. Caberá à estatal YPFB pagar um valor, a ser definido em auditorias, às empresas pela exploração e pela produção.