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O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quinta-feira (21) a suspensão da Rússia como observador permanente devido à invasão militar russa contra a Ucrânia. A resolução contra a Rússia foi aprovada com 25 votos a favor, nenhum contra, oito abstenções e uma ausência no Conselho Permanente.
As oito abstenções foram de Brasil, Honduras, México, El Salvador, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Argentina e Bolívia. A ausência foi da Nicarágua.
A iniciativa, apresentada por Guatemala e Antígua e Barbuda, e apoiada por Canadá, Colômbia, Granada, Estados Unidos e Uruguai, foi adotada em reunião especial do Conselho Permanente da OEA.
A suspensão tem efeito imediato e durará até "o governo russo cessar as hostilidades, retirar todas as suas forças militares e equipamento da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e retomar o caminho do diálogo e da diplomacia", diz o texto.
"Atrocidades terríveis" cometidas pela Rússia são justificativa para suspensão
A resolução justifica a medida pelo número crescente de mortos e deslocados e pela destruição de infraestruturas civis na Ucrânia.
O Conselho de Segurança admitiu estar "chocado" com as notícias de "atrocidades terríveis" cometidas pela Rússia em cidades ucranianas como Bucha, Irpin e Mariupol e na estação ferroviária de Kramatorsk, e expressou preocupação com a violação do direito internacional.
Outro fator por trás da suspensão é referido na resolução como a "indiferença" da Rússia aos "apelos" da OEA para retirar as suas forças da Ucrânia.
Com a Rússia, a OEA conta com 72 observadores permanentes, que podem assistir a todas as reuniões públicas de sua Assembleia Geral e do Conselho Permanente, entre outras. Em troca, esses países cooperam com a organização em programas de capacitação, de especialistas, equipamentos e contribuições financeiras.