Hong Kong (AFP) – Após seis dias de negociações intensas, o Brasil emergiu da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), encerrada ontem em Hong Kong, como ator de primeiro plano no cenário mundial, ao enfrentar grandes potências mundiais ao lado de outros países em desenvolvimento. O ministro indiano do Comércio, Kamal Nath, e o chanceler brasileiro Celso Amorim foram indiscutivelmente as estrelas da reunião, marcada pelo reforço da união entre os países pobres.

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Em 2003, Amorim idealizou o G20, que reúne 20 nações emergentes, preparando para o que se tornou uma estratégia decisiva nessas árduas negociações da OMC contra as "práticas depredadoras dos países ricos que nos privam dos benefícios da competitividade". A aliança aperfeiçoada em Hong Kong é uma peça do pensamento do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que conduziu uma incansável atividade diplomática fora do país desde que assumiu o poder, em janeiro de 2003, com o objetivo de colocar o Brasil em um lugar privilegiado no cenário econômico e geopolítico mundial.

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Para Amorim, o resultado da reunião de Hong Kong é positivo, mas não ótimo. O chanceler, o documento de conclusões, que foi ratificado pelos membros da OMC na última reunião plenária, inclui avanços importantes, "embora não imensos", na questão agrícola. Um dos avanços, aponta, é o estabelecimento de 2013 como data limite para eliminar os subsídios à exportação. Amorim admite que se avançou menos em acesso a mercados, mas aí "já se sabia que a negociação seria mais limita".