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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, no programa "Café com o Presidente" desta segunda-feira, o papel do Brasil na coordenação das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e cobrou que outros países - principalmente os mais ricos - doem dinheiro para a reconstrução da república caribenha.
"Acho que os países da América Latina vão ajudar e, sobretudo, os países mais ricos têm que colocar mais dinheiro. Ou seja, o momento agora, é de colocar a mão no bolso e ajudar", disse Lula no programa semanal de rádio de 20 minutos.
O presidente lembrou que o Brasil colocou 15 milhões de dólares à disposição do Haiti. "E nós achamos que têm países que podem dar mais. (...) Agora, tudo isso é preciso ter uma coordenação para que esse dinheiro chegue para quem precisa e que esse dinheiro possa servir para reconstruir o Haiti", afirmou.
O Haiti foi devastado por um terremoto de magnitude 7 em 12 de janeiro, responsável por destruir a já precária infraestrutura do país e desabrigar aproximadamente 3 milhões de pessoas, segundo a Cruz Vermelha. Ainda não há dados precisos sobre o número de mortos, que pode chegar a 200 mil. Para o governo haitiano, 70 mil corpos já foram enterrados.
O Brasil comanda uma missão de estabilização das Nações Unidas no Haiti -a Minustah - desde 2004, hoje com 1.266 homens de um total de 7 mil. "O Brasil tem um papel muito importante no Haiti porque o Brasil, na verdade, é o país que coordena as forças militares que dão segurança ao Haiti há cinco anos, já", declarou o presidente.
Apesar disso, os norte-americanos passaram a controlar o espaço aéreo da região, em meio ao pouso de aviões estrangeiros com suprimentos e ajuda humanitária, inclusive brasileira.
A medida resultou em uma ligação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para tentar resolver a questão. O Conselho de Segurança da ONU tem reunião nesta segunda para tratar da aumento do envio de tropas.
No programa de rádio, o presidente Lula também lamentou a morte de militares brasileiros, num total de 15, além da segunda maior autoridade das Nações Unidas no Haiti, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, e da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.
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