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Soldados do governo sírio fazem vigilância em rua de Homs | Ahmed Jadallah/Reuters
Soldados do governo sírio fazem vigilância em rua de Homs| Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

O Brasil está entre os países que deram a "resposta mais decepcionante à Primavera Árabe", de acordo com o diretor-executivo da organização não governamental Observatório dos Direi­­tos Humanos, Kenneth Roth.

O Observatório publicou no último domingo o relatório anual sobre direitos humanos no mundo e considerou que, junto com Índia e África do Sul, o Brasil formou um grupo de democracias do Hemisfério Sul que de­­cepcionaram por não apoiar sanções contra a violência na Síria.

"Pareciam ser guiadas não pe­­las aspirações do povo árabe, mas mais por seu compromisso com visões ultrapassadas da so­­bera­­nia nacional, mesmo quando is­­so resulta na blindagem de regimes repressivos", escreveu Roth.

Gustavo Lacerda, sociólogo da Universidade Federal do Para­­ná (UFPR), diz que era esperado da presidente Dilma Rousseff que ela apoiasse essas medidas já que "tomou posse afirmando que, até pela sua história, a defesa dos direitos humanos seria uma de suas bandeiras". Mas o pesquisador também ressalta que "a soberania é um conceito político e jurídico que nunca vai deixar de existir. Significa que cada Estado mantém seu próprio território, sua fronteira e nesse sentido não é ultrapassado".

Para o professor de Relações Internacionais Giorge Sturaro, do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), o governo Dilma soube harmonizar respeito à so­­berania nacional com defesa dos direitos humanos. "Em outubro de 2011, quando os EUA propuse­­ram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU [Organiza­­ção das Nações Unidas] para re­­frear o governo sírio, que incluía sanções que interferiam na soberania, o Brasil se absteve. Mas, no mês seguinte, apoiou no Conse­­lho dos Direitos Humanos da ONU uma resolução que condenava as ações do governo de Ba­­shar Assad."

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