O grupo técnico de biosfera apresentará nos próximos dias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o plano de contingência brasileiro para a pandemia de influenza, que definirá ações de defesa humana e animal contra a gripe aviária, transmitida pelo vírus H5N1. Segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), as duas principais ações do plano referem-se à produção de vacinas e aquisição de insumos para fabricação dos remédios.
Em uma reunião neste sábado em Salamanca, na Espanha,o presidente Lula considera mais preocupante a chegada da gripe aviária ao Brasil que o recente surgimento de um foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. No intervalo entre reuniões em Salamanca, durante a 15ª Cúpula Ibero-Americana, Lula disse, em rápida entrevista a jornalistas, na saída do Colégio Fonseca:
- O que me preocupa agora é a febre (gripe) aviária, porque essa parecia que não ia chegar no Brasil e agora já há sinais de que está na Colômbia.
Lula justificou sua afirmação lembrando que a aftosa é um caso "isolado", afeta apenas algumas centenas de cabeças de gado, num rebanho que tem 200 milhões de cabeças.
- É muito pouco diante do tamanho do rebanho brasileiro - disse.
Em nota divulgada neste sábado, o GSI informa que foi criado um grupo técnico de biodefesa, no âmbito da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), para articular ações e propor medidas preventivas com relação a doenças infecto-contagiosas que possam colocar em risco a segurança da população. O grupo se reuniu no último dia 13 para discutir o andamento do plano de contingência, em fase de consolidação no Ministério da Saúde.
Nos dias 6 e 7 de outubro, representantes do governo brasileiro participaram de reunião em Washington com o objetivo de discutir ações para enfrentar uma possível pandemia de gripe aviária. Participaram do encontro delegações de 80 países.
O presidente lembrou que a gripe, ou febre, que afeta as aves e pode matar seres humanos se constitui em um problema sério, grave, que atinge o mundo hoje e já chega a América do Sul.
- Nós precisamos tomar muito cuidado (...). Essa é grave porque essa mata gente - afirmou o presidente.
Lula afirmou ainda que o governo já está discutindo providências contra a doença, como a compra ou eventual fabricação de vacinas.
No início da tarde, Lula embarca para Roma, na Itália, onde participa das comemorações pelo Dia Mundial da Alimentação.