O governo brasileiro vê uma janela de oportunidade e disposição do Irã para alcançar uma solução negociada a respeito do programa nuclear da República Islâmica, disse o chanceler Celso Amorim à Reuters nesta sexta-feira.
"Eu acho que existe um espaço. Eu notei na liderança iraniana uma forma mais pragmática", afirmou Amorim em entrevista. "Notei um interesse em avançar."
O chanceler se reuniu na semana passada em Teerã com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e com outras autoridades da República Islâmica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajará ao Irã no fim da semana que vem, também buscará uma solução negociada com Teerã, disse Amorim.
Ahmadinejad disse na quarta-feira que aceitava em princípio uma mediação brasileira.
Países do Ocidente temem que o Irã esteja desenvolvendo uma arma atômica. E Teerã afirma que o programa nuclear tem fins pacíficos, como a geração de energia.
Apesar dos sinais de disposição, o Irã tem que mostrar claramente mais flexibilidade para aceitar uma proposta da Organização das Nações Unidas para a troca de urânio com o objetivo de resolver o prolongado impasse, disse o chanceler.
"O que nós defendemos é que o Irã faça isso de uma maneira aberta, com menos condicionalidades", afirmou Amorim, acrescentando que o tempo está se esgotando.
"Esse sinal deveria ser logo. Esse mês de maio é um mês fundamental para a gente saber se vai haver uma possibilidade de continuar, ou se cada um tomará seu caminho."
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura