"cadáveres boiando"
Garimpeiro afirma ter visto morte
Da Redação, com agências
O garimpeiro Carlos Alberto Brito, que vive no Suriname, afirma ter visto um homem ser assassinado durante o ataque feito pelos descendentes de quilombolas a um acampamento de brasileiros, na noite de Natal.
O relato foi feito ao jornal Folha de S. Paulo. Segundo Brito, os policiais surinameses não deram segurança aos brasileiros que foram vítimas da agressão.
O garimpeiro afirma também que a briga entre um brasileiro e um surinamês, apontada como motivo do ataque já tinha data e horário marcado pelos marrons (nome dado aos descendentes de quilombolas).
Também ontem, o deputado estadual pelo Amapá, Paulo José (PR), afirmou haver "muitos cadáveres" no rio que separa o Suriname da Guiana Francesa, onde ocorreu o conflito. O parlamentar disse também que a região ainda está em conflito.
"Esses cadáveres são de brasileiros mortos pelos marrons", garante o parlamentar. Porém ele não soube precisar a quantidade de corpos que estariam no rio. O deputado informou que as informações lhe foram repassadas por brasileiros que estão na região. Ele deve integrar a comitiva brasileira que parte hoje para o país.
Além de 25 feridos, quatro deles ainda internados, o ataque da véspera de Natal no Suriname deixou outras vítimas: 19 mulheres brasileiras que dizem ter sido estupradas.
Mas, segundo o embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, apenas dois casos foram confirmados, já que o Suriname só oficializa o estupro mediante realização de exame ginecológico até 24 horas após o fato. As outras 17 mulheres só fizeram denúncias após esse prazo.
Assim, o governo brasileiro usará como critério de confirmação da violência sexual depoimentos a uma assistente social da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que chega hoje a Paramaribo. As 19 mulheres estão hospedadas pelo governo brasileiro em um hotel da cidade.
O embaixador disse que, apesar de contusões e cortes, as mulheres não correm risco de morte. "O dano principal agora é o psicológico", afirmou.
Segundo Costa, um avião da Força Aérea Brasileira também chega hoje ao Suriname para levar a Belém os quatro brasileiros em estado grave, únicos dos 25 feridos que ainda não receberam alta. Um corre risco de amputação de um braço, e outro sofreu corte profundo no rosto e perdeu dentes.
Mortes
Em mais um dia de boatos sobre mortes e desaparecidos no ataque, brasileiros afirmaram ontem que ainda há colegas que continuam escondidos na mata na região de Albina.
Pela manhã, o que todos afirmavam no hotel Comfort um dos que abrigam refugiados é que uma rádio da Guiana Francesa havia informado o aparecimento de três corpos boiando no rio Maroni.
O Itamaraty informou que ainda não há registro oficial de mortes. "Não estou dizendo que não tenham ocorrido mortes. (Mas) até agora as investigações e as conversas não nos ofereceram nenhuma pista nessa direção, o que não reduz o fato de que houve uma violência muito grande", disse Antonio Patriota, secretário-geral do Itamaraty.
Segundo Patriota, 17 brasileiros pediram para retornar. Apesar do susto, a expectativa do governo é que a maior parte dos brasileiros queira permanecer na região, disse.
Patriota classificou de "episódio assustador" o conflito envolvendo os brasileiros. "Não é uma coisa que você possa minimizar", afirmou, questionado sobre a orientação dada pela Embaixada do Brasil no país de que é preciso se resguardar.
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