O brasileiro Kayke Luan Ribeiro Guimarães, 22, acusado de tentar viajar à Síria para se unir à facção radical Estado Islâmico, foi condenado nesta terça-feira (10) pela Justiça espanhola a oito anos de prisão pelo crime de formação de organização terrorista.
A sentença chega após mais de dois anos desde sua detenção em dezembro de 2015 pelo governo búlgaro, em um dos casos mais emblemáticos de radicalização no território espanhol. Guimarães diz que estava a caminho da Turquia para passar as férias com amigos, versão repetida pela família, que entrará com um recurso.
Leia também: Acusados de tortura cruel, combatentes de célula do Estado Islâmico pedem julgamento justo
Na sentença, obtida pela reportagem com as autoridades espanholas, o juiz afirma que a polícia encontrou na casa de Guimarães cópias de manuais extremistas, incluindo um guia produzido pela Al Qaeda. Um dos textos descreve em detalhes as táticas terroristas, enquanto o outro expõe a ideia de guerra santa.
O goiano Guimarães vivia na cidade de Terrassa, na região da Catalunha. Quando uma equipe de reportagem da Folha de S.Paulo esteve ali, após sua detenção, ouviu de colegas de mesquita que ele vinha se radicalizando após se unir a um grupo local de radicais. O jovem, à época com 18 anos, havia abandonado o nome de nascimento e se chamava de Hakim.
Leia também: 9 respostas para entender o Estado Islâmico e os ataques na Europa
Outros nove membros de sua célula também foram condenados, e suas penas chegam a 12 anos de prisão. Há entre eles espanhóis e marroquinos, além do brasileiro. Havia, segundo a Justiça espanhola, planos de organizar um ataque à Barcelona — como aquele realizado em agosto de 2017, que deixou 16 mortos.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas