O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, será um dos seis réus executados na Indonésia no domingo. Segundo o jornal australiano The Sydney Morning Herald, o governo indonésio disse que não vai aceitar os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro.
Condenado em 2004 por tráfico de cocaína, ele deve ser o primeiro estrangeiro a ser executado na Indonésia em 2015. Moreira foi detido em 2003, ao tentar entrar pelo aeroporto de Jacarta com 13,4 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta.
O método de execução não mudou desde que o decreto sobre a pena de morte foi assinado pelo primeiro presidente em 1964. O réu é acordado no meio da noite e vendado. Perguntam ao prisioneiro se ele quer permanecer em pé, sentado ou deitado quando o pelotão de fuzilamento atirar contra ele.
A Indonésia tem leis muito rígidas em relação às drogas e geralmente executa traficantes. Mais de 138 pessoas estão atualmente no corredor da morte, a maioria por esse tipo de crime. Cerca de um terço deles é estrangeiro.
O procurador-geral Muhammad Prasetyo disse que os condenados serão executados simultaneamente, aos pares, na prisão na ilha de Nusa Kambangan, ao sul de Java, e na cidade de Boyolali, região central de Java.
Clemência
O governo brasileiro informou que continua "acompanhando estreitamente" o caso de Marco Archer. Ele teve mais um pedido de clemência negado pelo presidente da Indonésia, Joko Widodo.
Em nota, o Itamaraty disse que o governo está analisando as ações que ainda podem ser adotadas, mas não deu detalhes.
De acordo com reportagem do jornal Jakarta Post, da Indonésia, a procuradoria geral do país decidiu que não irá mais atrasar a execução do brasileiro. Ele teve a revisão do caso recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça do país.
Em 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o primeiro pedido de clemência pelo brasileiro, que foi negado. Em setembro de 2012, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o encontro bilateral com o então presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, para interceder pelo brasileiro. Ela entregou ao líder indonésio uma carta apelando para que o brasileiro não fosse punido com a pena de morte.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a presidente Dilma Rousseff pediu na última semana para conversar com o presidente para fazer um novo pedido de clemência pelo brasileiro.
Preso há 11 anos, Marco Archer é carioca e instrutor de voo livre. Na ocasião de sua prisão, ele confessou ter recebido US$ 10 mil dólares para levar a droga do Peru, com conexão em São Paulo.
Mão pesada contra as drogas
O presidente da Indonésia afirmou que vai rejeitar todos os pedidos de clemência das 64 pessoas no corredor da morte por tráfico de drogas.