Um documentarista brasileiro vai registrar a assistência humanitária prestada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Ivan Canabrava embarcará para a Síria, de onde seguirá por terra até Beirute. A equipe tem coordenação de um jornalista canadense, Leigh Foster. Segue a íntegra da nota da representação da Acnur em Brasília:

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"O documentarista brasileiro Ivan Canabrava integrará a equipe de emergência do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) enviada ao Líbano para documentar a assistência humanitária à população afetada pelo conflito no Oriente Médio. Canabrava embarca amanhã para a Síria, de onde deverá seguir por terra para Beirute (capital do Líbano).

"Coordenada pela jornalista canadense Leigh Foster, a equipe do ACNUR produzirá imagens para as redes de televisão de todo o mundo, com ênfase na situação da população deslocada pelo conflito. Também acompanhará o transporte dos suprimentos do ACNUR para essas pessoas, o que depende de um "corredor humanitário" que garanta a segurança da operação.

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"Canabrava foi recrutado devido à sua experiência como documentarista das Nações Unidas em zonas de guerra, como Burundi, Ruanda, Angola (na África), Timor Leste e Camboja (na Ásia). Recentemente, ele produziu um filme publicitário insitucional para o ACNUR e participou, como consultor da Rede Globo, das filmagens da novela "Páginas da Vida" realizadas no Burundi com o diretor Jayme Monjardim e o ator Marcos Paulo, cujo personagem Diogo é um médico infectologista que atua em campos de refugiados na África.

"'Sempre busco causas humanitárias no meu trabalho. Ao participar da equipe do ACNUR no Líbano, espero sensibilizar a comunidade internacional sobre a situação de emergência humanitária vivida por aquela população', afirma o documentarista.

"A crise humanitária no Líbano se iniciou há cerca de duas semanas, quando centenas de milhares de pessoas deixaram suas casas para escapar do conflito no sul e em outras partes do país. Cerca de 700 mil pessoas * mulheres e crianças, em sua maioria * já foram deslocadas, sendo que aproximadamente 150 mil deixaram o Líbano.

"Estacionados na fronteira da Síria com o Líbano, cerca de 40 caminhões do ACNUR estão carrregados com 20 mil cobertores, 20 mil colchões, cinco mil tendas tamanho-família, cinco mil abrigos plásticos, cinco mil fogareiros e outros cinco mil utensílios de cozinha. O material poderá ser entregue imediatamente à população, assim que o "corredor humanitário de segurança" seja confirmado pelos países envolvidos no conflito.

"Equipes do ACNUR estão presentes nas montanhas do Vale Aleye e na região de Kesrouan, assim como em Sidon (ao sul do Líbano), prestando assistência emergencial às vítimas. Entre as 80 mil pessoas que estão refugiadas no Vale Aleye, 22 mil estão abrigados em escolas nas quais o espaço disponível é cada vez menor e onde as instalações sanitárias estão comprometidas. Famílias que hospedam a outra parte dessa população já necessitam de ajuda externa.

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"Nas fronteiras do Líbano com seus países vizinhos, o ACNUR monitora a movimentação da população deslocada e estima que pelo menos 75 mil pessoas já necessitam de assistência. "A resposta do ACNUR é parte de um esforço conjunto da ONU e está coordenado com o governo Libanês e outros parceiros internacionais", afirma o representante do ACNUR no Brasil, Luis Varese."