O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quinta-feira (3) que o brasileiro André Luís Claro Poças, que trabalha para uma empresa líbia na cidade de Brega, região de conflito entre rebeldes e forças leais ao ditador Muamar Kadafi, foi transferido para um local seguro até que consiga embarcar para o Brasil.
Segundo o Itamaraty, Poças procurou a embaixada brasileira depois do início dos conflitos na região. Não há previsão para que o brasileiro deixe o país. O local onde ele está e os detalhes sobre a operação para resgatá-lo serão mantidas em sigilo, para a segurança dele, informou o ministério.
Diferentemente da maioria dos brasileiros na Líbia, que trabalhavam para empresas nacionais, Poças era empregado de uma estatal líbia do setor petrolífero. Desde o início dos protestos pela saída de Kadafi do poder, a cidade de Brega estava em relativa calma, de acordo com os relatos que ele fez à embaixada brasileira na Líbia.
Após o início dos conflitos na região, porém, o brasileiro pediu ajuda para deixar a cidade. A repressão à insurreição popular na Líbia já deixou pelo menos 6.000 mortos, sendo 3.000 na capital, Trípoli, disse nesta quarta-feira (2) em Paris o porta-voz da Liga Líbia dos Direitos Humanos, Ali Zeidan.
Sem mediação
Os rebeldes líbios rejeitaram terminantemente nesta quinta-feira (3) a proposta de mediação internacional na crise do país feita pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
A informação é de Mustafa Gheriani, porta-voz do Conselho Nacional Líbio, que reúne os opositores ao regime do ditador Muammar Kadhafi, na cidade de Benghazi, no leste do país. "Temos uma posição muito clara: é muito tarde, foi derramado sangue demais", disse.
Ahmed Jabreel, assessor do ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil, que preside o Conselho, insistiu por sua vez que a comunidade internacional deveria criar uma zona de exclusão aérea para ajudar os rebeldes a derrubarem Kadhafisaiba mais
"Não vamos negociar uma solução política. Queremos que ele seja levado a julgamento, mas se não lhe dermos uma saída, sabemos que mais pessoas serão mortas", afirmou.
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