O brasileiro que morreu sob custódia de agentes de imigração dos Estados Unidos já tinha passagem na polícia por porte de drogas. Segundo a polícia, Edmar Alves Araújo foi fichado em agosto de 2003.
Há cinco anos nos Estados Unidos, Araújo, de 34 anos, morreu na tarde de terça-feira (7), após ser detido em uma blitz no estado de Rhode Island. A irmã do brasileiro, Irene Araújo, disse ao jornal "Boston Globe" que assim que recebeu um telefonema do irmão que estava indo visitá-la, dirigiu-se à delegacia e tentou entregar o remédio que ele tomava para epilepsia. No entanto, segundo ela, os policiais se recusaram a aceitá-lo.
O chefe da polícia da cidade em que Araújo morava disse que, apesar de não ter provas materiais, recebeu relatos de que o brasileiro atuava como traficante de drogas. Um rapaz que não quis se identificar, que tinha amigo em comum com o brasileiro, fez a mesma afirmação. "Ele vendia para quem quisesse comprar", disse ao "Fantástico".
Segundo a porta-voz do Departamento de Imigração, Paula Grenier, Araújo foi detido na terça-feira quando os policiais descobriram que havia uma ordem de deportação de 2002 contra ele.
Grenier disse que Araújo estava sob custódia das autoridades federais há pouco mais de uma hora quando começou a se sentir mal e foi levado ao Hospital de Rhode Island, onde morreu. Fontes ligadas aos investigadores do governo americano, no entanto, disseram que o brasileiro morreu sem qualquer sinal de epilepsia, o que contradiz a versão da família. Os investigadores estariam trabalhando com a hipótese de morte por overdose o brasileiro teria engolido a droga ao perceber que seria detido pela polícia.
Segundo um oficial de estado, os exames que determinarão a causa da morte do brasileiro deverão ficar prontos em três meses.
Araújo vivia em Milford, Massachusetts, onde trabalhava como frentista e pintor. Ele tinha um filho de 13 anos que mora na Itália e, segundo a irmã, sempre que podia enviava dinheiro à mãe, de 65 anos, que mora no Brasil.