Alicante Trinta e cinco brasileiros, um português, um alemão e um angolano foram presos na província espanhola de Alicante, no leste do país, como membros de uma rede que já distribuiu mais de 10 mil documentos de identidade falsos a cidadãos do Brasil.
A subdelegada do governo em Alicante, Etelvina Andreu, disse ontem que um dos detidos é o suposto chefe da rede, o brasileiro V.T.M., de 36 anos, que vivia na localidade alicantina de Torrevieja e usava documentação italiana falsa. Ele estaria recebendo US$ 380 por documento de identidade espanhol falso e US$ 1.260 por passaporte.
Aparentemente, o grupo se dedicava à imigração ilegal de cidadãos brasileiros utilizando como plataforma o território europeu de Schengen. Esses cidadãos recebiam documentação comunitária falsa para ter acesso a diversos tipos de trabalho, preferencialmente no ramo da construção, e também para a compra de casas, abertura de contas bancárias e troca de carteiras de motorista.
Na revista à casa do suposto líder da quadrilha, foram apreendidos um computador, modelos de carteira de identidade, fotocópias para a solicitação de números de estrangeiros na Espanha, documentações, supostamente falsas, de terceiros não detidos e diversos recibos de envio de dinheiro ao Reino Unido.
Segundo a subdelegada do governo, a existência desses recibos faz a Polícia acreditar que a rede pode ser ainda maior e ter ramificações no Reino Unido. A investigação revelou que o chefe da quadrilha trabalhou na falsificação de documentos, favorecendo o estabelecimento irregular na Europa de um grande número de brasileiros.