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Paleontologia

Brasileiros e argentinos acham nova espécie de dinossauro

Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)

Rio – Paleontólogos brasileiros e argentinos anunciaram ontem a descoberta do mais completo dinossauro gigante já encontrado. Batizado de Futalognkosaurus dukei, ele media 34 metros de comprimento e 13 metros de altura. Partes do seu esqueleto foram encontradas às margens do Lago Barreales, no norte da Patagônia, em 2000, num projeto de pesquisa sobre dinossauros brasileiros e argentinos.

Para comparação, o maior dinossauro brasileiro encontrado até hoje, o Maxakalisaurus topai tem 13 metros de comprimento e sua réplica está montada no Museu Nacional, no Rio. O resultado da descoberta foi publicada na última edição dos Anais da Academia Brasileira de Ciências.

A nova espécie pertence a um novo grupo de dinossauros herbívoros, batizado de titanossauros, que são encontrados na América do Sul, África e Índia. A idade estimada do animal é de 88 milhões de anos.

No ano 2000, a equipe do paleontólogo Jorge Calvo descobriu a primeira vértebra do dinossauro de grande porte. Na mesma camada, de apenas meio metro de espessura, batizada de Formação Portozuelo, foram encontrados mais de mil outros fósseis de diversos tipos de animais e plantas. O sítio arqueológico, de apenas 400 metros quadrados, é considerado pequeno.

"Grande parte desses fósseis têm a mesma idade, o que indica que eles provavelmente faziam parte do mesmo ecossistema", afirmou o paleontólogo brasileiro Alex Kellner, que faz parte da equipe brasileira. Segundo ele, a idade estimada dos animais e plantas encontrados foi feita por estudos de geologia. Esse é o maior depósito que se tem notícia do Cretáceo Superior, período de tempo geológico que está compreendido entre 99 milhões e 600 mil e 65 milhões e 500 mil anos atrás, aproximadamente.

Além do Futalognkosaurus dukei, os paleontólogos descobriram outros tipo de dinossauros (saurópodes, terópodes, ornitópodes), pelo menos duas espécies de crocodilomorfos e animais carnívoros como o Megaraptor, de garras bem desenvolvidas. Também foram encontrados os primeiros peixes que se tem registro na região e angiospermas, grupo de plantas que existem até hoje.

A explicação para tamanha concentração de fósseis é a de que, no local onde está o sítio, ficava um rio. Assim, o Futalognkosaurus e outros animais teriam morrido à sua margem. Chuvas fortes teriam levado esses restos mortais para dentro do rio. Em razão do tamanho gigante, a carcaça ficou parcialmente enterrada – o que é confirmado por evidências sedimentológicas. A parte exposta agiu como uma barreira natural, fazendo com que o rio perdesse energia e outros restos de organismos fossem se acumulando perto da carcaça. Folhas de plantas que existiam nas margens e conchas também se depositaram e foram preservadas.

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