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A cidade de Machu Picchu, destino turístico perto do qual quase 2 mil turistas permaneciam isolados ontem | Enrique Castro-Mendivil/Reuters
A cidade de Machu Picchu, destino turístico perto do qual quase 2 mil turistas permaneciam isolados ontem| Foto: Enrique Castro-Mendivil/Reuters
  • Ponte e um posto policial foram destruídos pela conrrenteza
  • Peruanos tentam resgatar seus animais de barco após a chuva
  • Turistas aguardam por resgate
  • Fotos enviadas por celular mostram turistas aguardando a chegada de helicópteros em Águas Calientes

Um deslizamento de terra bloqueou no domingo a ferrovia que leva a Machu Picchu, no Peru, deixando ao menos 2 mil pessoas iso­­ladas em Águas Calientes, perto da cidade histórica. Bra­­si­­leiros no local estimam que há 200 turistas do país entre os ilhados. Eles permaneciam na cidade até o fechamento desta edição.

Intensas chuvas provocaram vários deslizamentos na região de Cuzco, cidade-base para as viagens a Machu Picchu. A companhia Peru Rail explicou em nota que os deslizamentos cobriram par­­te da via, na altura de Hua­­ro­­condo, obri­­­­gando a suspensão da rota.

Segundo o advogado Louri­­val­­do Silva Júnior, de Paranaguá, as atividades normais da cidade fo­­ram interrompidas por uma si­­re­­ne de evacuação. Entre do­­min­­go e ontem, as pessoas foram levadas duas vezes até a estação de trem. Porém, com a ferrovia sem condições de uso, tiveram de re­­tornar à cidade. Na tarde de on­­tem, os tu­­ristas foram conduzidos para um campo de futebol localizado na parte mais alta da cidade. De lá, seriam removidos de helicóptero. "Até agora ninguém nos deu ne­­nhuma informação. Esta­­mos to­­dos juntos aqui. Parece um campo de refugiados, com pessoas de vá­­rios países", descreveu Lou­­rival­­do, que viaja junto com os pais.

Enquanto Lourivaldo falava à Gazeta do Povo, por telefone, uma funcionária de uma agência de viagens orientava as pessoas a deixar as bagagens e embarcar nos helicópteros portando apenas os documentos. Duas aeronaves so­­brevoaram a região, mas não pousaram. Os turistas então voltaram para os hotéis. "A gente pergunta, mas cada vez falam algo diferente. Às vezes dizem que vamos em­­bo­­ra de trem e, às vezes, que va­­mos de helicóptero", relata. Lou­­rivaldo estima haver 50 militares auxiliando a evacuação dos turistas.

O ministro do Comércio Exte­­rior e Turismo do Peru, Martín Pé­­rez, garantiu a segurança das pessoas isoladas. "O estoque de alimentos está garantido para três a quatro dias, não há preocupação por esse lado", disse o ministro à emissora de rádio local RPP. Lou­­rivado confirma não haver falta de comida.

As chuvas intensas provocaram também o desabamento de algumas casas e a morte de uma idosa e uma criança, segundo au­­toridades locais. O ministro Pérez disse que as chuvas são as piores em 15 anos.

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Depoimento: Um esconderijo

São os moradores da pequena comunidade de Águas Calientes que socorrem os turistas quando há algum imprevisto na região. Mostram-se hospitaleiros, mas sem muitos recursos. As centenas de pessoas que fazem pelas trilhas o caminho de Machu Picchu e logo voltam de trem para Cuzco representam sobrecarga para o aglomerado. O isolamento de Águas Calientes só não é maior porque em todo canto há uma lan house. De lá mesmo, os turistas mandam notícias e postam fotografias de Machu Picchu em blogs e páginas pessoais. Se o trem é a ligação mais segura com os lugarejos vizinhas, a internet oferece conexão direta com o mundo e conforto para quem espera notícias.

José Rocher, editor assistente de Agronegócios

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