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Clandestinidade

Brasileiros são condenados na França por facilitar imigração ilegal

Um tribunal francês condenou a até seis anos de prisão membros de uma quadrilha de brasileiros que ajudava imigrantes ilegais a cruzar fronteiras e falsificava passaportes e vistos. O grupo teria lucrado pelo menos 70 mil euros com a venda de documentos e serviços clandestinos para imigrantes ilegais. No Tribunal de Boulogne, na França, o Ministério Público local chegou a comentar que a quadrilha havia montado uma "verdadeira empresa" de falsificação de documentos. Os nomes dos condenados não foram divulgados por telefone à reportagem. A decisão do juiz foi tomada no final da semana passada.

A rede começou a ser desmantelada quando um motorista português foi interrogado em Calais, no norte da França. Ele conduziu em 2006 três brasileiros com documentos falsos até a Inglaterra. Dez pessoas foram chamadas ao tribunal.

O Ministério Público acabou indiciando seis brasileiros e um português. Alguns estão em prisão preventiva desde novembro do ano passado. Mas três suspeitos continuam foragidos. O chefe da quadrilha, segundo revelou o Ministério Público francês, continua no Brasil.

Segundo as investigações, a rede era vasta e bem organizada. A base da operação estava na região de Paris, mas a organização também ocorria a partir do Brasil. Uma sucursal em Londres também havia sido criada.

Estrutura empresarial

Durante dez meses de atividades, a venda de identidades portuguesas, vistos e certificados de nascimento geraram 70 mil euros aos suspeitos. Nos documentos do Ministério Público, o que surpreendeu foi a organização do grupo, com uma "estrutura empresarial".

Os advogados de defesa alegaram que os brasileiros haviam chegado ao país também com o desejo de ter uma vida melhor e que foram obrigados a buscar alternativas de renda diante de seu status de imigrante ilegal.

Nesta semana, o tribunal ordenou a manutenção dos suspeitos em prisão e decidiu por penas de 12 a 48 meses de detenção aos brasileiros. Os chefes da quadrilha foram condenados a cinco e seis anos de prisão e um mandado internacional foi emitido contra os três líderes que estão no Brasil.

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