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Nos últimos meses, brasileiros, na maioria estudantes, relataram que tiveram a entrada na Argentina negada, sob a justificativa de "falso turismo" por parte dos serviços migratórios.
De acordo com as denúncias, feitas nas redes sociais, os viajantes chegavam no aeroporto de Buenos Aires e eram notificados de que não poderiam entrar no país, sendo enviados de volta para o Brasil.
"Como falsa turista? Eu vim estudar artes, tenho minha matrícula na faculdade, hospedagem na residência estudantil, todos os documentos, cartões de crédito, tudo. Me colocaram num avião e não me deixaram saber o número do voo. Me fizeram sentir uma bandida. Foi muita humilhação. Era meu sonho. Todas as minhas economias foram para estudar na Argentina", relatou uma fonte ao portal UOL.
O falso turista é um termo presente na legislação argentina e caracteriza pessoas que se apresentam como turistas, mas não se enquadram nessas condições, por falta de documentos ou outros motivos. Os episódios de brasileiros que foram barrados de entrar no país por essa alegação cresceram nos últimos dois meses, desde que o novo governo, liderado por Javier Milei, assumiu a Casa Rosada.
A Argentina se tornou um importante destino para os brasileiros depois do acordo de 2004 feito entre os países, que estabelece direitos aos cidadãos das duas nações sul-americanas, possibilitando que permaneçam em solo estrangeiro durante 90 dias, prazo que pode ser prorrogado. Dados divulgados pelo Itamaraty mostram que, até 2022, mais de dez mil universitários do Brasil estavam no país vizinho.
Segundo denunciou a reportagem do portal UOL, muitos brasileiros têm sido barrados pela migração argentina, apesar de comprovação das instituições de ensino do país.
O próprio governo de Buenos Aires afirma que a categoria de turista serve para quem entra no país com o “propósito de descanso e lazer” e, para isso, deve apresentar a documentação necessária para tal. Entre os documentos aceitos estão um documento de identificação e uma passagem de ida e volta.
Segundo o Ministério do Turismo argentino, 20% dos estrangeiros que viajam ao país são brasileiros. O Ministério do Interior esclareceu que os que tiveram acesso ao país rejeitado não foram “deportados” e podem tentar entrar novamente, caso apresentem todos os “documentos corretos”.