Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, que realizaram o primeiro estudo em humanos envolvendo células-tronco e diabetes, iniciaram nova pesquisa. Os cientistas brasileiros conseguiram reverter a alteração imunológica que dá origem ao diabetes tipo 1, utilizando para isso uma combinação de células-tronco e quimioterapia.
O diabetes tipo 1 acomete principalmente jovens e crianças e leva os pacientes a necessitarem de múltiplas aplicações de insulina para manter os níveis de açúcar no sangue. Nos diabéticos desse tipo, as células produtoras de insulina são atacadas pelos órgãos de defesa do corpo, parando assim a produção do hormônio essencial para o funcionamento do organismo.
Na pesquisa de 2003 os médicos desligavam o sistema imunológico dos pacientes com aplicações de quimioterapia. Após isso, "religavam" o sistema devolvendo ao corpo células-tronco que haviam sido retiradas previamente do sangue dos indivíduos. Com esse religamento, muitos pacientes passavam a produzir insulina de forma natural e dispensavam as agulhadas diárias.
Nesses cinco anos de acompanhamento dos 23 participantes originais, 20 permaneceram sem insulina em algum momento. Existem pacientes que estão livres da insulina há anos. O trabalho de pesquisa dos nossos compatriotas foi publicado na revista "Journal of the American Medical Association" e passou a ser um marco nesse campo desde então.
O problema estava na necessidade de usar a quimioterapia, que trazia riscos para os pacientes, os quais podiam sofrer de infecções e outros efeitos colaterais nesse período. O grupo está iniciando nova pesquisa que, desta vez, utilizará um tipo especial de células-tronco dos pacientes. As células-tronco mesenquimais deverão ser capazes de bloquear a atividade imunológica contra o pâncreas e aumentar a quantidade de células produtoras de insulina ao mesmo tempo.
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