Setenta pessoas ligadas a movimentos sociais e a partidos políticos de esquerda reuniram-se na tarde deste sábado, 23, em frente à Embaixada do Paraguai, na capital federal, para protestar contra o impeachment do presidente do país vizinho, Fernando Lugo. Gritando palavras de ordem, os manifestantes criticaram o que consideravam como golpe a decisão de retirar Lugo do poder.

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Segundo o integrante da juventude do PT, Yuri Soares, o ato foi organizado por meio de uma convocação via redes sociais. Para Soares, o processo de saída do presidente paraguaio não foi realizado dentro da legalidade. "Como pode ser legal uma destituição de um presidente eleito democraticamente em 24 horas com alegações fraquíssimas?", questionou.

Ele lembrou que o processo de impeachment contra o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL) durou meses, com acusações pesadas de irregularidades e pressão popular.

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Fernando Lugo foi retirado do poder ontem, após ter se desgastado com o violento episódio do dia 15, em Curuguaty, a 250 quilômetros da fronteira com o Brasil. Na ocasião, camponeses sem-terra armados entraram em confronto com a polícia deixando 17 mortos. A matança teria sido o estopim para que a oposição no país forçasse a saída do presidente, já enfraquecido politicamente.

O grupo fincou bandeiras de movimentos sociais e partidos políticos na grade da embaixada. Policiais militares que reforçavam a segurança do local, contudo, informaram que o local estava vazio durante todo o dia.

Presente ao encontro, o deputado federal Paulo Tadeu (PT-DF) defendeu que o governo brasileiro não receba o novo presidente, Federico Franco. "Esse presidente é ilegítimo", afirmou o parlamentar, que deseja a volta do presidente destituído. Ele sugeriu que o Congresso Nacional aprove uma moção de repúdio por causa da saída de Lugo e assunção de Franco.