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O relatório mensal dos analistas de mercado do Banco Central da República Argentina indicou na sexta-feira (3) um salto na expectativa de inflação do varejo no país, projetando um índice de 72,6% para todo o ano de 2022, 7,5 pontos percentuais acima da medição anterior. Esta previsão, incluída no relatório Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM, na sigla em espanhol) publicado ontem, corresponde à análise da última semana de maio de 2022.
A projeção dos analistas sobre a evolução dos preços no varejo para 2023 também foi aumentada em relação ao levantamento do mês anterior, passando para 60%, refletindo uma alta de 9,5 pontos percentuais.
Dessa forma, as expectativas de inflação se afastaram ainda mais das faixas de 38-48% para 2022 e 34-42% para 2023 previstas no acordo firmado pela Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para refinanciar dívidas superiores a US$ 40 bilhões, que contemplava a possibilidade de revisão desses números em função de novos choques na economia global.
A inflação argentina, uma das mais altas da América Latina, registrou um aumento interanual de 58% e um aumento mensal de 6% em abril de 2022, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Esse foi o maior patamar em 30 anos.
Por outro lado, os especialistas esperam que o PIB da Argentina cresça 3,3% em 2022, 0,2 ponto percentual abaixo da medição anterior, e projetam que o PIB cresça 2% em 2023, o mesmo percentual medido no mês anterior.
Nesse sentido, as projeções do mercado também divergem das do acordo com o FMI, que prevê que o PIB da Argentina, que cresceu 10,2% no ano passado, aumentará 4% neste ano e 3% em 2023, segundo o relatório Perspectivas da Economia Mundial do último mês de abril.
Além disso, para dezembro de 2022, especialistas projetam uma taxa de câmbio nominal de 157,97 pesos por dólar, bem acima do valor de 120,68 pesos por dólar no fechamento desta sexta-feira no mercado atacadista oficial da Argentina.
