A Abbott, principal fabricante da fórmula de leite infantil nos Estados Unidos, reativou a fábrica localizada em Sturgis, no estado de Michigan, após vários meses fechada, informou a empresa no sábado (4). A paralisação agravou os problemas de escassez do produto no país.
Em maio, a Abbott anunciou que havia chegado a um acordo com a Food and Drug Administration (FDA), agência dos EUA similar à Anvisa no Brasil, para reabrir o mais rapidamente possível a fábrica de Michigan, que foi fechada depois de pelo menos quatro bebês terem sofrido uma infecção bacteriana e dois deles terem morrido após consumirem leite produzidos na unidade.
A FDA encontrou problemas de salubridade no local, motivo pelo qual a fábrica de Michigan da Abbott teve de paralisar as operações em fevereiro. A empresa também retirou vários produtos do mercado. Desde então, os problemas de abastecimento deixaram muitos pais incapazes de obter a fórmula nos supermercados americanos, o que se tornou uma discórdia entre democratas e republicanos. A Abbott explicou em comunicado que priorizará a produção de leite em pó para bebês com problemas de alergias alimentares e digestão, para os quais há poucas alternativas nutricionais.
A reabertura da fábrica é uma das medidas que o presidente dos EUA, Joe Biden, se comprometeu a tomar em resposta à escassez. Em meados de maio, Biden autorizou o Departamento de Defesa a utilizar os seus contratos com companhias aéreas comerciais para importar leite em pó de qualquer parte do mundo.
O presidente também invocou uma lei da época da Guerra Fria para acelerar a produção de leite em pó nos Estados Unidos. Os mais afetados são crianças com alergias alimentares ou problemas digestivos, uma vez que a Abbott é a única empresa que produz fórmulas especificamente concebidas para estes casos.
Nos EUA, quatro empresas produzem cerca de 90% das fórmulas infantis, o que exacerbou uma escassez causada em parte por problemas de abastecimento global causados pela pandemia de covid-19. Apesar da reabertura da fábrica de Michigan, as autoridades já avisaram que levará cerca de dois meses até que o fornecimento de fórmula infantil volte ao nível normal.