Cinco pessoas foram condenadas à morte na Arábia Saudita pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi| Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

A Arábia Saudita condenou à morte cinco pessoas pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, informou a promotoria pública do reino nesta segunda-feira (23) em coletiva de imprensa. Outras três pessoas ficarão presas por 24 anos. Dois altos funcionários sauditas, o ex-vice-chefe de inteligência Ahmed Al Assiri e o ex-consultor real Saud Al Qahtani, não foram sentenciados. Ambos já foram liberados. "As investigações sobre a dupla mostrou que não havia intenção anterior de matar Khashoggi", diz o comunicado.

Khashoggi, jornalista saudita e morador dos EUA, onde era colunista do Washington Post, era crítico às políticas do herdeiro da Coroa Saudita, Mohammed bin Salman. Gravações de áudio e câmeras de segurança indicam que ele foi morto e esquartejado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, em 2 de outubro de 2018, por homens ligados ao governo saudita. O seu corpo nunca foi encontrado.

O jornalista foi ao consulado para obter documentos para o seu casamento. A sua noiva o aguardava do lado de fora.

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Uma investigação da CIA concluiu no ano passado que o príncipe saudita Mohammed bin Salman determinou o assassinato. Riad nega envolvimento do príncipe.

A morte prejudicou a imagem global do príncipe e estremeceu a aliança com os Estados Unidos. A notícia provocou desaceleração em investimentos no reino e complicou os planos do príncipe de reformar a economia saudita, tornando-a menos dependente de petróleo.

Autoridades sauditas afirmaram diversas vezes que o assassinato de Khashoggi foi um erro e indicavam o julgamento como evidência de que o reino estava dando uma resposta ao caso que provocou indignação internacional. Defensores dos direitos humanos disseram que um julgamento justo era impossível de ser realizado no reino, uma monarquia absoluta sem instituições independentes e em que o príncipe detém todo o poder.