O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, fez coro às críticas do presidente Jair Bolsonaro ao candidato kirchnerista à presidência da Argentina, Alberto Fernández. Em entrevista ao jornal Clarín, Araújo disse que o Itamaraty não tem "ilusão de que esse kirchnerismo 2.0 seja diferente do kirchnerismo 1.0", referindo-se à vice de Fernández, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, e mencionando que, apesar da "roupagem da racionalidade" das declarações recentes do candidato, "o passado me parece muito claro".
Ele ainda comparou Fernández a uma matrioska, uma boneca tradicional russa que em seu interior abriga outras menores iguais a ela. "Quando ele diz que seu governo não é necessariamente como o governo de Kirchner, eu, para usar uma imagem, o vejo como uma boneca russa. Há Alberto Fernández, você abre e lá está Cristina Kirchner, você abre e lá está o Lula, e depois o (Hugo) Chávez", disse. Segundo Araújo, o governo brasileiro não aceitará a reversão do Mercosul ao estado atual durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, no Brasil, e Nestor e Cristina Kirchner na Argentina, quando o bloco se tornou o que ele definiu como "um centro de coordenação política" sem resultados econômicos. As eleições na Argentina são em 27 de outubro e Fernández tem chances de vencer ainda no primeiro turno.