O Ministério da Economia da Argentina anunciou neste domingo (14) uma série de medidas que visam reduzir a inflação no país, que somente em abril foi de 8,4%, chegando a uma taxa anual de 108,8%, e controlar a desvalorização da moeda local.
Uma das principais decisões do governo diante deste cenário é aumentar a taxa de juros em seis pontos percentuais, que passara a ser de 97% ao ano para prazos fixos, segundo informou a imprensa argentina. No fim de abril, o Banco Central argentino já havia aumentado a taxa de juros de 81% para 91%.
O pacote de medidas econômicas prevê também uma maior intervenção do Banco Central para administrar o câmbio, controlando a desvalorização do peso argentino, que já perdeu 35% do seu valor em relação ao dólar desde o começo do ano.
Além disso, o governo kirchnerista quer acelerar as discussões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) sobre transações com moedas próprias no comércio exterior.
O ministro da Fazenda, Sergio Massa, pretende ir à China no fim do mês para negociar a ampliação da importação em moeda chinesa e também para conversar sobre a criação de um fundo, vinculado ao Banco do Brics, para que o Brasil possa financiar compras da Argentina, via crédito de exportação. A proposta foi tema da visita do presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo de maio.