Aishan foi preso ao chegar no aeroporto de Casablanca| Foto: Reprodução/Wikipedia
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O ativista uigur Yidiresi Aishan, 33 anos, foi preso no aeroporto de Casa Blanca, Marrocos, na semana passada, devido a um mandado de prisão expedido pela China à Interpol, informou nesta terça-feira (27) a polícia do Marrocos.

A ONG Anistia Internacional e outras organizações de direitos humanos fizeram um alerta sobre a detenção de Aishan, afirmando que ele corre o risco de ser extraditado para a China. O último contato que o ativista teve com a família ocorreu no sábado (24), segundo a Associated Press. "Eles me levaram para a prisão a pedido da China. Por favor, seja rápida, ou eles vão me mandar de volta para a China", disse Aishan à sua esposa Zaynura em um telefonema naquele dia, segundo o relato dela.

Aishan possui nacionalidade chinesa e uma autorização de residência na Turquia, onde vive com a esposa e três filhos desde 2012. Segundo autoridades do Marrocos, o mandado de prisão está relacionado à suspeita de terrorismo.

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De acordo com a Anistia Internacional, o governo chinês supostamente considera Aishan um "terrorista" por causa do trabalho que ele já fez para organizações uigures. "A lei chinesa define 'terrorismo' e 'extremismo' de uma maneira excessivamente ampla e vaga e tem sido usada para reprimir os uigures e outras minorias étnicas", diz a organização. O Partido Comunista da China afirma que a prisão de uigures e outras minorias religiosas no país, especialmente em Xinjiang, é resultado de sua "guerra contra o terrorismo".