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O Centro para os Defensores e a Justiça (CDJ) denunciou nesta terça-feira (22) o aumento de ações repressivas da ditadura de Nicolás Maduro contra organizações humanitárias que atuam na Venezuela. Essas ações, segundo o CDJ, visam "dificultar o trabalho de organizações e defensores" e estigmatizar os defensores dos direitos humanos como "inimigos internos", principalmente por meio dos veículos de comunicação governamentais.
Diosdado Cabello, o número dois do chavismo, é o principal detrator das ONGs, acusando-as constantemente de receber dinheiro do governo dos Estados Unidos para atacar a "revolução bolivariana". Ele disse recentemente que vai propor uma "severa" lei na Assembleia Nacional chavista no ano que vem para "proibir a entrega de recursos a organizações de direitos humanos no país".
Segundo o CDJ, em novembro foram registrados 33 "ataques e incidentes de segurança", como intimidações, ameaças e até busca e apreensão e um ataque digital, direcionados a organizações de direitos humanos e a pessoas que realizam atividades similares de maneira independente. No primeiro semestre, a organização registrou mais de 100 casos como estes. Também em novembro, a ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou o fim de um projeto contra a Covid-19 que mantinha desde março em Petare, na região metropolitana de Caracas, por causa de restrições impostas pelo regime chavista.
"Defender e exigir os direitos humanos na Venezuela e acompanhar as vítimas de abusos do Estado em sua busca pela verdade, justiça e reparação é uma tarefa de alto risco", afirmou o CDJ.