O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, rejeitou nesta terça-feira novamente a possibilidade de o Exército de seu país intervir no conflito na Ucrânia, mas informou que reforçou a fronteira ocidental com cinco batalhões adicionais e colocou seus sistemas de defesa aérea em alerta.
"O exército bielorrusso não participou e não participará das hostilidades. Não vamos participar da 'operação especial' (termo usado pela Rússia para a invasão) na Ucrânia. Não há necessidade disso", disse Lukashenko em uma reunião conjunta do Conselho de Segurança e do Conselho de Ministros nacional, conforme relatado pela agência oficial de notícias "Belta".
Ele comentou que a fronteira ocidental foi reforçada com mais cinco batalhões e que Belarus colocou as defesas antiaéreas em alerta "para prevenir possíveis ataques pelas costas contra as forças russas".
"Não podemos fazer o contrário. Sempre esperamos provocações de parceiros ocidentais. Politicamente, econômica e militarmente", acrescentou.
Para o presidente bielorrusso, a situação atual "é uma consequência direta da política irracional do Ocidente, destinada a impor seus interesses e a prejudicar a segurança de outros".
Entre outros fatores que, em sua opinião, levaram ao conflito russo-ucraniano, ele citou "o total desprezo do Ocidente pelo sistema de segurança, o equilíbrio do sistema de controles e equilíbrios que foram alcançados com dificuldade após o colapso da União Soviética".
"A degradação e subvalorização dos tratados e acordos internacionais levou a uma escalada da situação político-militar em nossa região", declarou.
"A propósito, mesmo antes do início das ações militares, propusemos a nossos colegas ucranianos estabelecer contato direto com o lado russo. Estávamos prontos para fornecer a assistência necessária para isso. Mas nossa proposta foi ignorada", disse.