O candidato presidencial democrata, Joe Biden, se recusou a dizer se apoia ou não o aumento no número de ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos se os republicanos tiverem sucesso em aprovar a nomeação da conservadora Amy Barrett para a vaga antes ocupada pela progressista Ruth Ginsburg, que morreu há menos de duas semanas. Durante o primeiro debate entre Biden e o republicano Donald Trump, nesta terça-feira (29), o democrata respondeu que "qualquer posição que eu tome se tornará um problema" quando perguntado sobre sua opinião quanto ao assunto.
"A questão é que o povo americano deve falar. Você deveria sair e votar", continuou Biden. Ele foi interrompido por Trump, que disse: "Você vai aumentar o número de ministros da Suprema Corte? Ele não quer responder à questão". E Biden disse: "Eu não vou responder à questão". O tema é sensível porque, se os republicanos conseguirem aprovar Barrett em votação no Senado ainda neste ano, terão uma maioria confortável na máximo tribunal de justiça americano (6 conservadores e 3 progressistas) e podem tentar reverter a decisão judicial do caso Roe vs. Wade, que reconheceu o direito das mulheres ao aborto nos EUA na década de 1970. Contudo, aumentar o número de juízes da Suprema Corte pode ser visto como uma intervenção do Executivo e Legislativo sobre o Poder Judiciário.