A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, deu um prazo de 72 horas para que a embaixadora do México e dois altos representantes diplomáticos da Espanha deixem o país. A decisão anunciada nesta segunda-feira (30) ocorre após o aumento das tensões com os países que concederam refúgio a ex-ministros e funcionários do ex-presidente boliviano Evo Morales. Añez declarou "persona non grata" a embaixadora do México, María Teresa Mercado, a encarregada de negócios da Espanha, Cristina Borreguero, e o cônsul espanhol Álvaro Fernández. Ela também ordenou a expulsão de quatro encapuzados que tentaram ingressar na residência diplomática do México na sexta-feira (27) com um veículo diplomático da Espanha. O objetivo, segundo o governo de Añez, era facilitar a saída de ex-funcionários do governo de Morales, algo que o governo espanhol nega.
Em resposta à decisão de Añez, a Espanha expulsou três diplomatas bolivianos de seu território, que também receberam o prazo de 72 horas para deixar o país. "A Espanha rejeita categoricamente qualquer insinuação de uma suposta disposição de interferir nos assuntos políticos internos da Bolívia. Para a Espanha, qualquer declaração a esse respeito constitui uma calúnia que visa prejudicar nossas relações bilaterais com falsas teorias da conspiração", afirma um comunicado divulgado segunda-feira à tarde pelo governo espanhol.