O ministro da Saúde do governo interino da Bolívia, Aníbal Cruz, afirmou nesta semana que de 702 funcionários do programa de cooperação entre Cuba e Bolívia que foram analisados, apenas 205 tinham título de médico. O restante fazia trabalhos técnicos ou administrativos, embora recebesse salário igual aos dos médicos.
De acordo com o jornal El Deber, Cruz disse que os cubanos não eram pagos pessoalmente. O dinheiro era recebido por duas pessoas que faziam parte da missão e que deviam fazer o respectivo pagamento - elas já saíram da Bolívia em 16 de novembro, quando Cuba enviou aviões para retirar seus cidadãos do país andino, depois que três cubanos foram presos em El Alto com cerca de R$ 55 mil em uma mochila, acusados de pagar apoiadores do MAS para participar de protestos em defesa do ex-presidente Evo Morales.
A nova ministra das Relações Exteriores da Bolívia, Karen Longaric, anunciou em 15 de novembro o rompimento das relações com o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, e a saída de médicos cubanos do país, em uma mudança de 180 graus em relação à política exterior empregada por quase 14 anos pelo ex-presidente Evo Morales. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba, no mesmo dia, informou que estava encerrando sua missão médica na Bolívia, alegando que as autoridades do governo interino estavam promovendo violência contra os médicos.