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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, sugeriu nesta quinta-feira o estabelecimento de "uma linha direta de comunicação" com a China, seguindo o exemplo do "telefone vermelho" que conectou EUA e União Soviética durante a Guerra Fria e que continua vigente.
Em audiência do Comitê de Forças Armadas do Senado americano, Austin defendeu que é "fundamental ter uma linha direta de comunicação entre os militares e os membros do governo" de EUA e China. "Acredito que devemos poder falar com nossos aliados e parceiros, mas também com nossos adversários ou potenciais adversários. Necessitamos uma linha de comunicação direta, é fundamental", comentou o chefe do Pentágono.
Austin disse que está "preocupado" com o comportamento "agressivo" da China na região Ásia-Pacífico porque, segundo opinou, "algo pode acontecer e provocar uma crise". Essas afirmações foram feitas após o secretário ordenar, na quarta-feira, que o Pentágono coloque a China e seu fortalecimento militar no centro da política de defesa americana, embora a estratégia a ser seguida seja confidencial.
O chefe do Estado-Maior dos EUA, general Mark A. Milley, que também discursou nesta quinta-feira no mesmo comitê, advertiu que a China está desenvolvendo as suas capacidades militares "em um ritmo muito sério e sustentado". "Temos que assegurar que manteremos a nossa vantagem competitiva e tecnológica contra esta ameaça. A prontidão, a modernização e o poder de combate são fundamentais para dissuadir a guerra e manter a paz", observou Milley.
Aos senadores, Lloyd disse estar confiante que o pedido de orçamento de defesa de US$ 715 bilhões é "suficiente" para enfrentar o desafio de uma China "cada vez mais assertiva". "O pedido é motivado pelo nosso reconhecimento de que os nossos concorrentes, especialmente a China, continuam melhorando as suas capacidades", argumentou Austin na audiência sobre o pedido de orçamento para o ano fiscal de 2022.