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Um relatório do Congresso do Texas, divulgado neste domingo (17), aponta vários erros das autoridades locais e federais durante o tiroteio em uma escola em Uvalde, no Texas, que matou 19 crianças e dois professores. De acordo com o documento, a operação de resgate da escola envolveu 376 oficiais em uma "cena caótica e descoordenada que durou mais de uma hora". As autoridades teriam demoraram muito tempo para entrar na sala de aula onde o atirador, Salvador Ramos, tinha se entrincheirado com um grupo de estudantes devido a "falhas sistêmicas e tomadas de decisão extremamente pobres", diz o relatório.
Ainda segundo o documento, 149 agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA foram à escola, uma vez que Uvalde fica apenas a alguns quilômetros do México, 91 policiais estaduais, 25 policiais de Uvalde e 16 xerifes, além de agentes dos condados vizinhos e outras agências federais. Entrevistados pelo comitê do Congresso, vários agentes que participaram da operação explicaram que não sabiam quem era o responsável pela operação e outros disseram que Arredondo era o responsável.
O relatório afirma que nenhuma agência, federal ou estadual, se ofereceu para liderar a operação apesar de serem mais preparadas do que a polícia local, e os agentes da Patrulha de Fronteira acabaram entrando na sala de aula e alvejaram o atirador sem pedir autorização ao chefe da policia local, Pete Arredondo. A comissão concluiu também que os profissionais da escola primária Robb costumavam deixar as portas da escola destrancadas devido à falta de chaves para todos os professores.
"Se a equipe da escola tivesse trancado as portas como requerido pelo protocolo, poderia ter abrandado o progresso (do atirador) durante alguns minutos", afirma o estudo. O relatório também destaca que Salvador Ramos, que adquiriu legalmente o fuzil de assalto AR-15 com o qual executou o assassinato, tinha demonstrado em redes sociais que estava preparando um ataque.