Psicólogo Jordan Peterson em evento de 2018, na Flórida.| Foto: Flickr/Gage Skidmore
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O Conselho de Psicólogos da Província de Ontário (CPO), no Canadá, estaria aplicando uma punição ao psicólogo Jordan Peterson, autor do bestseller "12 Regras Para a Vida" (Alta Books, 2018). O próprio Peterson deu a notícia na rede social Twitter, alegando que o CPO "exigiu que eu me submeta a um retreinamento de comunicação nas mídias sociais". Ele disse, também, que nenhum dos mais de dez reclamantes já foi seu paciente ou sequer conhece algum de seus pacientes.

A acusação ao órgão de profissionais seria que ele está "causando danos a pessoas". Caso se recuse a fazer o treinamento, ele pode ser submetido a um "tribunal" profissional e até perder seu registro como psicólogo clínico. As denúncias seriam acumuladas dos últimos quatro anos por causa de opiniões de Peterson manifestadas publicamente. Em um vídeo, por exemplo, da última segunda-feira, ele entrevistou em seu canal Chloe Cole, uma moça que pensava que era transexual, mas desistiu da transição. Na descrição do vídeo, ela é descrita como "doutrinada, afirmada [no gênero errado] e posta em um caminho irreparável aos 15 anos" e "abandonada pela comunidade e os médicos que [antes] a empurraram".

No fim da entrevista, ele diz, visivelmente emocionado, que "o que aconteceu contigo é imperdoável" e que "suspeito que a comunidade médica que foi cúmplice desse tipo de trabalho de açougueiro tenha um terrível choque esperando por ela no domínio legal". Em conclusão, ele estimou que "a maré está virando" desde o fechamento da clínica de transição de gênero Tavistock, no Reino Unido, e fez a previsão que os médicos responsáveis por prescrever mudança de sexo para jovens que não são transexuais verdadeiros terão um dia de pagar reparações.

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O professor, que lecionou por muitos anos na Universidade de Toronto, emergiu como personalidade política em 2016, quando veio a público denunciar um projeto de lei (C-16) que teria como consequência coagir os cidadãos a emitir pronomes inventados por identitários, o que para ele representava a primeira tentativa de estabelecer expressão coercitiva no mundo anglófono em séculos e, por isso, violaria a liberdade de expressão. Antes de ser readmitido ao Twitter por Elon Musk em novembro, Peterson havia sido banido da rede social ao questionar a transição de Elliot Page (antes Ellen Page) e dizer que os médicos que aceitaram fazer cirurgia transexualizadora no caso de Page seriam criminosos.

Peterson disse que o Canadá agora é um lugar onde "profissionais podem ter seu ganha-pão e reputações ameaçados de forma muito séria" por fazer oposição ao governo progressista do primeiro-ministro Justin Trudeau. Ele pediu que todo o processo disciplinar seja público, mas duvidou que o CPO concorde.

O CPO tem como publicação mais recente no Twitter uma mensagem de Natal laica, com "saudações da estação", com nove curtidas, mas mais de 700 comentários, a maioria de seguidores de Peterson protestando pela potencial punição. O conselho ainda não se manifestou sobre o caso publicamente.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]