A ditadura da Coreia do Norte recusou 2,97 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 produzidas pelo laboratório chinês Sinovac, segundo revelou nesta quinta-feira à Agência Efe uma porta-voz da Unicef, encarregada da distribuição dos imunizantes no país, através do mecanismo Covax. De acordo com a fonte, o Ministério de Saúde Pública norte-coreano indicou que as vacinas que são oferecidas através da iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) "podem ser transferidas para países gravemente afetados, diante do estoque mundial limitado".
Até o momento, a Coreia do Norte não recebeu qualquer remessa de imunizantes, embora as autoridades de saúde do regime do país tenham informado que seguirão "se comunicando com o mecanismo Covax para receber vacinas contra a Covid-19 nos próximos meses".
A Coreia do Norte, que fechou todas as fronteiras no ano passado para impedir a entrada do novo coronavírus, alega não ter registrado qualquer caso de infecção pelo patógeno. No último balanço enviado à OMS, a ditadura indicou que, de março de 2020 até agosto deste ano, realizou 37.291 testes PCR, todos com resultado negativo.
Até a primeira metade de 2021, a Coreia do Norte deveria ter recebido 1,9 milhão de doses de vacina da AstraZeneca, através do mecanismo Covax, no entanto, a entrega nunca aconteceu. O regime norte-coreano não aceitou as recomendações técnicas da iniciativa, criada para garantir a distribuição de imunizantes nos países mais necessitados.
Em julho, o Instituto de Estratégia de Segurança Nacional (INSS), que faz parte do serviço de inteligência da Coreia do Norte, publicou informe em que justificava a recusa do governo pelos "temores sobre os efeitos secundários da vacina da AstraZeneca". O mesmo documento alegava que o país "se mostra reticente sobre as vacinas produzidas na China" e que tinha uma opinião mais favorável com relação aqueles que são produzidas na Rússia.