Protestos contra a repressão no Irã acontecem dentro e fora do país.
Protestos contra a repressão no Irã acontecem dentro e fora do país.| Foto: EFE/EPA/SEDAT SUNA

O governo regional autônomo do Curdistão no norte do Iraque condenou na segunda-feira (21) os ataques noturnos realizados por Teerã em seu território, denunciando "violações iranianas repetidas e injustificáveis" da soberania iraquiana.

"As repetidas violações iranianas minam a soberania do Iraque e da região do Curdistão iraquiano e são injustificáveis", disse um comunicado após os atentados contra a oposição curda iraniana, acusada de alimentar protestos no Irã. “A estabilidade nunca pode ser alcançada através da violência”, acrescenta o texto.

O Irã vive uma nova onda de protestos desde uma de suas maiores e mais violentas noites de manifestações, de 16 a 17 de novembro, com movimentos se espalhando para cidades pequenas, com menos de 50 mil habitantes. Até quinze pessoas foram mortas durante a noite, elevando para 381 (sendo 57 crianças) o número de vítimas da repressão, segundo uma avaliação publicada em 18 de novembro pela organização Iran Human Rights, com sede na Noruega.

Forças de segurança iranianas mataram pelo menos três pessoas neste sábado na província ocidental do Curdistão, durante os últimos protestos provocados pela morte de Mahsa Amini. A informação foi divulgada por um grupo a favor dos direitos humanos que atua na região.

A liderança clerical do país, sob o comando aiatolá Ali Khamenei, enfrenta seu maior desafio desde a Revolução Islâmica de 1979. Após a morte de Amini sob custódia policial, no dia 16 de setembro, já são dois meses de manifestações violentas. A jovem de 22 anos morreu três dias depois de ser presa em Teerã. Ela havia sido detida por não usar hijab, o véu que cobre o cabelo das mulheres, de maneira adequada.