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Ao menos 38 manifestantes pró-democracia foram mortos pelas forças de segurança de Mianmar nesta quarta-feira (3), dia com maior número de mortes desde o início dos protestos contra o golpe militar no país, em 1º de fevereiro. As forças de segurança continuam utilizando munição letal e matando para reprimir os protestos, um fato que ilustra o fracasso da comunidade internacional em sua tentativa de frear a espiral de violência provocada pelo golpe de Estado que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi, que está presa em um local secreto.
Com os cortes de internet, a intensificação do arsenal repressivo e ondas de detenções, a junta militar não para de aumentar a repressão. Mais de 1.200 estão detidos e muitas das famílias destas pessoas não sabem onde elas estão e em quais condições. Os birmaneses continuam, apesar da pressão, saindo às ruas para exigir a saída dos generais e a libertação dos presos. A situação é muito tensa em Yangon, capital econômica, especialmente em alguns bairros do norte, onde uma clínica recebeu 20 feridos.
Seis jornalistas birmaneses, entre eles o fotógrafo da agência americana Associated Press (AP) Thein Zaw, foram presos, acusados de violar uma lei de ordem pública recentemente modificada pela junta, que prevê pena de até três anos de prisão para qualquer pessoa que "cause medo na população, divulgue informação falsa (...) ou incite a desobediência e a deslealdade dos funcionários".