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O ditador chinês Xi Jinping ofereceu condolências ao primeiro-ministro japonês Fumio Kishida pela morte do ex-líder político japonês Shinzo Abe, informou Xinhua, agência de notícias estatal chinesa, na manhã deste sábado. De acordo com a nota, Xi lamentou o assassinato de Abe, afirmando que durante seu governo haviam chegado a “importantes consensos” para a construção de novos laços entre Japão e China que “satisfizessem os requisitos da nova era”.
A declaração é feita após a imprensa internacional repercutir com preocupação as numerosas manifestações de chineses nacionalistas celebrando a morte do líder japonês nas redes sociais. Apesar disso, a embaixada chinesa já havia manifestado solidariedade ao governo e ao povo japonês imediatamente após a notícia do atentado.
Além das tensões históricas entre China e Japão, Abe era criticado no país vizinho porque defendia uma mudança no regime comunista pós-Segunda Guerra Mundial e promoveu reformas militares para permitir a atuação de forças japonesas no exterior, desde que para a defesa de aliados. Em 2014, ele ofereceu o Japão como alternativa para conter o crescente poderio militar chinês no Leste Asiático.
Mais recentemente, em dezembro de 2021, quando sua candidatura já era dada como certa, Abe afirmou que qualquer emergência relativa a Taiwan seria uma emergência para o Japão e a aliança de segurança Japão-EUA.
A China liderada pelos comunistas e a democrática Taiwan estão separadas desde 1949, como resultado de uma guerra civil. Pequim considera a ilha como uma província renegada a ser reunificada com o continente. Com a recente invasão da Ucrânia pela Rússia, cresceram entre os analistas internacionais especulações de que uma possível invasão chinesa a Taiwan ocorreria em breve.