O embaixador dos EUA Gordon Sondland chega ao congresso americano, em Washington, 17 de outubro de 2019
O embaixador dos EUA Gordon Sondland chega ao congresso americano, em Washington, 17 de outubro de 2019| Foto: Olivier Douliery / AFP

O embaixador dos Estados Unidos para a União Europeia, Gordon Sondland, mudou seu depoimento no inquérito do impeachment do presidente Donald Trump e confirmou que houve conflito de interesses no acordo com a Ucrânia. Sondland disse que sabia que o governo Trump havia congelado quase US$ 400 milhões em ajuda militar, enquanto pressionava a Ucrânia a investigar um dos seus principais rivais políticos, indicou um trecho do novo depoimento divulgado nesta terça-feira (5).

Recuando do depoimento inicial, feito no mês passado, Sondland relatou que disse a um conselheiro presidencial da Ucrânia que "a retomada do auxílio dos EUA provavelmente não ocorreria, até que a Ucrânia fornecesse o depoimento público anticorrupção que nós discutimos por muitas semanas". O embaixador acrescentou que até o início de setembro, "na ausência de uma explicação crível para a suspensão do auxílio, eu presumi que a suspensão da ajuda havia sido ligada ao argumento anticorrupção". Sondland entregou seu depoimento suplementar de quatro páginas por escrito na segunda-feira, depois que outros funcionários do governo fizeram o mesmo.

A mudança de discurso de Sondland é significativa para o inquérito do impeachment de Trump. Em outubro, ele havia afirmado que escreveu ao diplomata americano na Ucrânia, William Taylor, que Trump havia sido claro de que não havia conflito de interesses entre o empréstimo e a investigação referente ao ex-vice-presidente Joe Biden. Mas disse que somente estava repetindo o que Trump havia pedido, deixando em aberto se de fato sabia dos detalhes da negociação, ou mesmo se concordava com Trump.